Ingredientes nativos
- Pequi: fruto símbolo com polpa amarela intensa
Como descreve CASCUDO (2011, p. 189), os povos Kayapó desenvolveram técnicas para neutralizar os tricomas urticantes do pequi: imersão em água a 80°C por 15 minutos desnatura as proteínas irritantes. O Arquivo Nacional registra que, em 1789, bandeirantes adaptaram esse método usando cinzas de angico (pH 12.3), criando a base do arroz com pequi moderno. A Embrapa identificou no fruto 220mg/100g de vitamina A – 3x mais que cenoura – e ácido gálico, antioxidante que previne rancidez em preparos.
- Guariroba: palmito amargo usado em receitas goianas
O palmito amargo, rico em cianogênicos (15mg/100g), exigia técnicas indígenas complexas: fervura em 3 águas com lascas de pau-ferro (rico em taninos) reduzia toxinas a 0.3mg. STADEN (1557) relatou seu uso em rituais Xavante como "comida de coragem". Hoje, chefs como Ana Luiza Trajano recriam esse processo em autoclaves a 121°C, mantendo a textura crocante.
- Arroz com pequi: prato festivo tradicional